terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Os poemas nunca são demais!







OU ISTO OU AQUILO


(Cecília Meireles)

.

Ou se tem chuva e não se tem sol

ou se tem sol e não se tem chuva!



Ou se calça a luva e não se põe o anel,

ou se põe o anel e não se calça a luva!



Quem sobe nos ares não fica no chão,

quem fica no chão não sobe nos ares.



É uma grande pena que não se possa

estar ao mesmo tempo em dois lugares!



Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,

ou compro o doce e gasto o dinheiro.



Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo . . .

e vivo escolhendo o dia inteiro!



Não sei se brinco, não sei se estudo,

se saio correndo ou fico tranqüilo.



Mas não consegui entender ainda

qual é melhor: se é isto ou aquilo.          
 


 A PIPA E O VENTO


(Cleonice Rainho)

Aprumo a máquina,

dou linha à pipa

e ela sobe alto

pela força do vento.



O vento é feliz

porque leva a pipa,

a pipa é feliz

porque tem o vento.



Se tudo correr bem,

pipa e vento,

num lindo momento,

vão chegar ao céu.                    O CAVALINHO BRANCO

(Cecília Meireles)

.

À tarde, o cavalinho branco

está muito cansado:



mas há um pedacinho do campo

onde é sempre feriado.



O cavalo sacode a crina

loura e comprida



e nas verdes ervas atira

sua branca vida.



Seu relincho estremece as raízes

e ele ensina aos ventos



a alegria de sentir livres

seus movimentos.



Trabalhou todo o dia, tanto!

desde a madrugada!



Descansa entre as flores, cavalinho branco,

de crina dourada!              

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