quarta-feira, 6 de julho de 2011

Novos paradigmas da educação pré-escolar

O desenvolvimento tecnológico que hoje assistimos proporcionou a quebra de barreiras, permitindo rapidamente o acesso ao conhecimento. Mas a informação não é necessariamente conhecimento e o aluno necessita da orientação do professor. De facto, a introdução do computador no contexto educativo, nomeadamente fazendo parte dos curricula desde o ensino básico, não deve ser vista apenas como uma ferramenta audiovisual, mas que se torne um elemento activo nas salas, tirando o maior partido das suas potencialidades, pelo que, o educador necessita de adoptar um novo paradigma de aprendizagem.
Cabe ao educador repensar a educação, criar novas formas de ensinar e aprender, aperfeiçoar-se e habilitar-se ao uso destes instrumentos, inovar numa busca constante na selecção de conteúdos, de novos modelos e paradigmas, partindo da realidade vivencial das crianças. Neste pressuposto, o uso de meios informáticos aparece já contemplado, «a partir da educação Pré-escolar, pode ser desencadeadora de variadas situações de aprendizagem, permitindo a sensibilização a um outro código, o código informático, cada vez mais necessário» (Orientações Curriculares para a educação Pré-escolar, 1997:72).
Por isso, a escola tem que reformular os seus processos de aprendizagem e também repensar um novo paradigma de escola, visto que a nova geração entra no sistema de ensino com muitas competências e familiaridades com o uso de artefactos tecnológicos. Jamais podemos ignorar que a tecnologia está hoje presente em toda a parte, «porque ela é um fenómeno que permanece e substancialmente se tem vindo a constituir no modo, no meio e no contexto da acção dos homens no mundo» (Ilharco, 2004:15). Neste sentido, não podemos usar de forma indevida esta ferramenta que se apresenta como um excelente parceiro de enriquecimento das práticas educativas, sendo perfeitamente possível o uso da web pelas crianças que frequentam o jardim-de-infância.
Todas estas mudanças profundas levam-nos a nós educadores a reenquadrar os conteúdos, as estratégias, as didácticas específicas, através dos processos de comunicação interactiva. Significa que este tipo de aprendizagens está fundamentado nos princípios da teoria construtivista, a qual, em termos muito genéricos, concebe o conhecimento como uma construção realizada pelo aluno em interacção com o meio. Esta teoria de aprendizagem difere do Behaviorismo e do Cognitivismo, uma vez que, para os construtivistas, não é o professor que ensina, mas sim o aluno que aprende. Apresenta, contudo, alguma relação com o Cognitivismo, na medida em que pressupõe a capacidade do aluno aprender através da sua própria construção mental de significados. São vários os teóricos associados a esta corrente: Piaget, Dewey, Bruner, Vygotsky, entre outros. Segundo esta corrente, o papel do professor/educador passa de transmissor de conhecimentos para facilitador de aprendizagens, o que provoca profundas implicações em toda a planificação!...



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