A Educação de Infância
Segundo Roldão (1999), currículo é o corpo de aprendizagens reconhecidas como socialmente necessárias e os professores os principais especialistas de currículo, porque esse é o saber que caracteriza e define a sua acção - Saber fazer aprender alguma coisa a alguém.
O currículo deve conter diversos aspectos interligados:
o conteúdo ( o que as crianças devem aprender);
os processos de aprendizagem ( como as crianças devem aprender);
as estratégias de ensino (como ensinar);
as estratégias de avaliação (como saber que aprendizagens ocorrem e que ajustes curriculares devem ser feitos).
A grande diversidade de população de cada escola exige uma gestão diferente do currículo de modo a responder ao seu público de forma a melhorar a sua aprendizagem.
Aquilo que o aluno já sabe deverá ser o ponto de partida para a aprendizagem, os conhecimentos prévios são em muitos casos parciais ou errados, mas são aqueles que o aluno utiliza para interpretar a realidade. Assim o processo ensino- aprendizagem consistirá em ir reconstruindo estas pré-concepções aproximando-as cada vez mais do conhecimento científico.
Citando Bruner, Vasconcelos (2000), afirma que qualquer matéria pode ser ensinada a qualquer criança de qualquer idade de forma honesta e eficaz, assim na sua teoria do currículo em espiral entende que se parte de um núcleo e que se vai girando, organizando, tecendo à volta desse núcleo. Assim, o aqui e o agora vão-se tornando maiores e, à medida que os alunos crescem, os assuntos já estudados voltam a surgir com um outro nível.
O educador no seu papel de gestor curricular, deverá ser um verdadeiro profissional de educação, fazer os outros aprenderem, num ambiente envolvente utilizando o seu conhecimento científico e educativo tendo em conta a motivação, o desenvolvimento, a resolução de conflitos entre pessoas e grupos e a comunicação, de forma a que a escola seja um organismo vivo, inserido num ambiente próprio.
Orientações Curriculares para a Educação Pré Escolar
Reconhecendo a necessidade de uma intencionalização da prática dos educadores de infância, a Administração Central, concebeu o documento Orientações Curriculares para a Educação Pré Escolar, aprovadas pelo Despacho nº5220/97, de 10 de Julho, e publicadas pelo Departamento de educação Básica em Setembro de 1997.
Este documento resultou de um processo de consulta, que envolveu profissionais e investigadores, estando organizado em duas partes:
1ª Parte - Princípios Gerais: princípio geral e objectivos pedagógicos, fundamentos e organização, e as orientações globais para o educador.
2ª Parte - Intervenção Educativa: organização do ambiente educativo, áreas de conteúdo e continuidade educativa.
As Orientações Curriculares acentuam a importância de uma pedagogia estruturada, o que implica uma organização intencional e sistemática do processo pedagógico, exigindo que o educador planeie o seu trabalho e avalie o processo o os seus efeitos no desenvolvimento e na aprendizagem das crianças. (O.C. Pag. 18).
Assim devem ser utilizadas pelo educador, para tomar decisões sobre a sua prática de planear e avaliar o processo educativo, implicando assim a intencionalização da actividade educativa, o que quer dizer que o exercício da docência na educação pré-escolar deve incluir planificação, avaliação e registo, ou seja exige intencionalização do quotidiano pedagógico. Adoptam ainda uma perspectiva mais centrada em indicações para o educador do que na previsão de aprendizagens a realizar pelas crianças, incluindo a possibilidade de fundamentar diversas opções educativas.
As orientações globais para o educador estruturam-se nas seguintes dimensões:
1- Observar - avaliação diagnóstico, caracterização para ter conhecimento da criança e do grupo.
2- Planear, aprendizagens significativas e diversificadas de acordo com o diagnóstico efectuado.
3-Agir, concretização da acção, adaptação às propostas das crianças tirando partido das situações e oportunidades.
4- Avaliar, tomar consciência da acção, adequar o processo educativo. Avaliação com as crianças como base de avaliação para o educador. Progressão das aprendizagens a desenvolver com as crianças.
5- Comunicar, partilha com a equipa e com a família.
6- Articular, continuidade educativa com outros ciclos.
As orientações globais têm ainda como alicerce quatro Fundamentos dando sentido e consistência à prática educativa.
1º Desenvolvimento e a Aprendizagem como vertentes indissociáveis.
A interligação entre desenvolvimento e aprendizagem defendida por diferentes correntes actuais da psicologia e da sociologia que consideram que o ser humano se desenvolve num processo de interligação social. (O.C. pp18-19)
2º Reconhecimento da criança como sujeito do processo de aprendizagem.
Admitir que a criança desempenhe um papel activo na construção do seu desenvolvimento e aprendizagem, supõe encara-la como sujeito e não como objecto do processo educativo.( O.C. pp19)
3º Construção Articulada do Saber.
Neste sentido acentua-se a importância da Educação pré-escolar partir do que as crianças sabem da sua cultura e saberes próprios... oportunidade de usufruir de experiências educativas diversificadas num contexto facilitador de interacções alargadas com outras crianças e adultos, permite que cada criança, ao construir o seu desenvolvimento e aprendizagem, vá contribuindo para o desenvolvimento e aprendizagem dos outros. (O.C. pp 19)
4º Exigência de resposta a todas as crianças.
O respeito pela diferença inclui as crianças que se afastam dos "padrões normais", devendo a educação pré-escolar dar resposta a todas e a cada uma das crianças. (O.C. pp 19)
Assim, o educador tendo por base as orientações curriculares deverá construir o currículo no âmbito do Projecto Educativo do estabelecimento, tendo em conta: as características individuais e do grupo de crianças; a forma de ser e os saberes do próprio educador; os desejos e interesses das famílias e das comunidades; as problemáticas dos outros ciclos de ensino.
Este documento deverá tornar-se uma referência, que indique aos educadores, aos pais e à sociedade que experiências e saberes são importantes que o jardim de infância proporcione às crianças.
O Acto de avaliar, na educação de infância apesar de ter subjacente as mesmas questões que nos outros níveis de ensino, caracteriza-se por uma grande especificidade que é a idade das crianças. Há que considerar: o que avaliar; qual o contexto; quem avalia; porque avalia; como se avalia. Há que ter em conta essencialmente três funções: recolha de informação, a sua interpretação e a consequente adopção de decisões que possibilitem o aperfeiçoamento da acção educativa. As principais estratégias incidem na observação do ambiente educativo, das crianças e dos resultados das actividades que vão sendo realizadas, assim os professores através da avaliação têm a possibilidade de refletir e de tomar decisões fundamentadas sobre as suas práticas educativas.
Este Blog pretende ser um bloguefólio profissional. Foi pedido no Complemento de Formação Científica Pedagógica em Educação de Infância na Escola Superior de Educação "Jean Piaget",pelo docente Drº Carlos Jorge Correia. Inicialmente terá a informação inerente ao curso e posteriormente partilhar, comentar e informar... sempre com muita alegria!.. Bem Vindos ao Mundo Encantado das Crianças!
ANA PAULA DIAS
Glossário de Teatro
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Como educadora urge a necessidade de haver intencionalidade no processo educativo assentando na participação da criança no planeamento, na acção e na avaliação, o que lhe permite desenvolver competências de iniciativa e de autonomia, numa diversidade de benefícios e aprendizagens significativas. Neste sentido considera-se ”que a criança desempenha um papel activo na construção do seu desenvolvimento e aprendizagem, supõe encará-la como sujeito e não como objecto do processo educativo” (Ministério da Educação, 1997 )
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